Ao olhar o vale para jusante, vemos na margem esquerda o ‘Carvalhal de Couce’, um núcleo bem preservado de floresta autóctone, com carvalhos e sobreiros de porte considerável, que nos abrigam sobre a sua sombra, na companhia de esquilos, gaios, vacas-louras, entre outros. Ao longo do rio, observamos exemplares típicos da galeria ripícola, como amieiros, freixos e salgueiros, acompanhados de pilriteiros e gilbardeiras.

O rio Ferreira nasce em Freamunde, Paços de Ferreira, e percorre 43 km até desaguar na margem direita do rio Sousa, em Foz do Sousa, Gondomar. Dentro da área protegida, tem cerca de 6 km de extensão, ao longo dos quais nos proporciona diferentes registos fotográficos: quando enfrenta fragas quartzíticas e açudes mostra-se mais bravo, descansando depois nas zonas em que avança mais livremente.

O rio Ferreira é indissociável da evolução natural e cultural desta região. Ajudou a moldar o relevo e é hoje abrigo de inúmeras espécies protegidas, como a lontra, o barbo-do-norte, o lagarto-de-água, o guarda-rios e a libélula-esmeralda. Há 20 séculos, foi palco da exploração aurífera romana e atualmente ainda alimenta mós de moinho, banha campos agrícolas e emoldura percursos de lazer e desporto.

Foto esquilo: Luís Machado

Foto lontra: Renato Lainho