A ribeira de Silveirinhos apresenta pouco declive e um fluxo de água intermitente, formando no tempo seco várias poças de tamanho variável ao longo do seu percurso. Embora a zona envolvente apresente forte implantação de eucalipto e as suas margens estejam ocupadas com austrálias e mimosas, de caráter invasor, constitui um habitat relevante para várias espécies nativas, com destaque para os anfíbios.
Ao longo desta ribeira, especialmente nas zonas mais resguardadas, podemos encontrar a rã-verde, o sapo-comum, a salamandra-de-pintas-amarelas, o tritão-de-ventre-laranja, a rã-ibérica e a salamandra-lusitânica, sendo que as duas últimas são espécies protegidas ao abrigo da Diretiva Habitats – não nos esqueçamos que estamos na Zona Especial de Conservação ‘Valongo’, integrada na Rede Natura 2000.
Num vale com escassez de água, um charco que se mantém durante todo o ano é muito importante para a sobrevivência das espécies que estão dependentes deste recurso hídrico. Além dos anfíbios, tem um elevado potencial para acolher libélulas, nomeadamente espécies protegidas pela mesma diretiva, como a libélula-esmeralda. O controlo das acácias, em curso, contribui para a melhoria deste ecossistema.