As Fragas do Castelo fazem parte da memória coletiva da região, nomeadamente como uma área natural onde as pessoas se banhavam no rio Ferreira, moíam cereais nos seus moinhos e, desde os anos 40, se praticava escalada. Contudo, poucos saberão que estamos perante o que restou de uma mina romana de exploração de ouro, um património arqueológico com cerca de 20 séculos e que muito nos tem revelado. 

Pelos vários vestígios visíveis na paisagem, é possível identificar dois tipos de mineração de ouro: a de ouro livre, que contemplava inclusive canais de água para apoio à lavagem do minério das pedras soltas das margens do rio Ferreira, e a de ouro subterrâneo, iniciada posteriormente, e que se traduziu no desmonte de maciços de rocha para exploração do ouro, ao qual as Fragas do Castelo sobreviveram. 

Esta zona ribeirinha, apelidada de Queiva, foi entretanto adotada pela população como local de lazer e desporto, acolhendo um setor de escalada e trilhos de caminhada e trail running, mas mantém-se como um laboratório vivo de mineração romana e de geologia, que tem possibilitado a especialistas de várias partes do mundo o incrível privilégio de viajar até ao tempo dos romanos e, inclusive, recuar à Era Paleozoica.