O Fojo das Pombas é talvez o testemunho mais emblemático da passagem dos Romanos pela nossa região, continuando a motivar a atenção de investigadores em arqueologia e engenharia de minas, assim como de espeleólogos, que muito têm contribuído para o seu conhecimento. Está integrado num complexo maior, com dezenas de cavidades interligadas e um sem fim de galerias, incluindo a ‘G1’ e os ‘Fojos Sagrados’.
Embora com cerca de 20 séculos de existência, encontra-se em excelente estado de conservação e é então símbolo deste que é, segundo os especialistas, o maior complexo subterrâneo de mineração de ouro do Império Romano. A existência de ouro na região, associada a filonetes de quartzo, deriva da formação do Anticlinal de Valongo, há mais de 350 Ma. A elevada densidade do ouro era crucial no processo de lavagem.
A corta principal tem cerca de 80 metros de profundidade e é um habitat importante para várias espécies protegidas, como o feto-filme, exigente em ambientes húmidos e de temperatura amena e constante. As galerias subterrâneas acolhem morcegos e anfíbios. O vapor emanado destas cavidades em períodos frios cria um ambiente místico, sendo do imaginário popular que provém dos cozinhados das mouras escondidas.