Este ponto junto aos moinhos do Cuco convida-nos a uma longa viagem no tempo. O século XVIII merece uma breve paragem, para vermos como os moinhos foram importantes para a panificação em Valongo – podemos aprender mais sobre este legado visitando a Oficina da Regueifa e do Biscoito, nas imediações do Corredor Ecológico.
Temos agora de recuar até há mais de 500 Ma, para percebermos a riqueza do passado geológico desta região. Na Era Paleozoica, este território esteve situado no hemisfério sul e coberto por mar, encontrando-se por isso fósseis de seres marinhos, como as trilobites. Há cerca de 350 Ma um megafenómeno geológico – Anticlinal de Valongo, elevou os estratos, que foram depois sendo esculpidos pelos agentes erosivos, até ao relevo que vemos hoje.
A montante do rio destacam-se as imponentes Fragas do Castelo, de composição quartzítica e, por isso, mais resistentes à erosão. Para jusante, e até encontrarmos novas fragas, nomeadamente as Lisas e as do Diabo (visíveis na Grande Rota), as rochas são mais brandas, como os xistos, propiciando um relevo mais aberto, com aluviões férteis entretanto agricultados, que ajudam a compor a paisagem rural típica do vale de Couce.