Os típicos amontoados de rocha que vemos nas encostas das nossas serras e que apelidamos de escombreiras correspondem, na verdade, a conheiras romanas, associadas à mineração aurífera. Estes importantes vestígios arqueológicos ajudam a contar a história da exploração romana de ouro neste território, que teve início exatamente com o ouro livre e que só depois avançou para os desmontes subterrâneos.
O ouro era explorado nos terrenos de vertente das encostas (coluviões) e nos depósitos deixados pelos canais dos rios (aluviões). Nestes, o ouro já estava livre, não implicando moagem, mas apenas um processo de lavagem, onde a água desempenhava um papel fundamental. Em 2014, foi identificado um conjunto de explorações hidráulicas romanas na serra de Pias, distribuídas por uma área de cerca de 6 km2.
Na margem esquerda do rio Ferreira encontramos secções de um importante canal romano de água, que terá atingido 8,5 km e que abastecia as operações hidráulicas neste setor. Na cumeada da serra de Pias, identificaram-se dois tanques, cuja função era acumular água da chuva e de pequenas nascentes para uso nas zonas mais altas, onde o abastecimento não era viável a partir dos canais fluviais.